Entre 1845 e 1870, a pintura francesa sofre profundas transformações quanto aos seus princípios e valores, fruto das convulsões sociais e políticas.
Neste contexto a renovação da ética, da moral e dos costumes impôs-se, promovendo um novo entendimento do papel da arte na sociedade, denunciando a opressão e a desumanização da sociedade industrial.
A crescente consolidação da sociedade burguesa, industrial e urbana acentua os desníveis sociais, e o proletariado adquire consciência de classe.
Deste modo, os movimentos contestatários surgiram fortalecidos com as teorias sociais e políticas que fomentam os ideais democráticos, socialistas e republicanos, com o apogeu na segunda metade do século XIX.
Pierre Proudhon (1809-1865), era um teórico socialista que defendia uma arte com fins sociais cujo artista se comprometesse com a causa humana denunciando as injustiças e as desigualdades sociais.
Neste contexto, surge o Positivismo pela mão de Auguste Comte (1798-1857), sistema filosófico fundado por Comte pretendendo que o conhecimento exacto e verdadeiro só pode ser obtido através da verificação pela observação e pela experiência.
Hippolyte Taine (1828-1893) - acreditava no progresso por uma concepção materialista da vida e pelo interesse na realidade.
Toda esta convulsão social originou uma súbita descristianização, o cristianismo era considerado um mundo obscuro e fanático.
A sociedade começou a cultivar o gosto pelo contemporâneo e a imaginação deixa se ser a única fonte de inspiração artística e a observação e representação da realidade foi ganhando força, a ciência têm um papel relevante neste período artístico.
O Realismo responde de forma eficaz a esta nova sociedade é uma arte anti-académica de inspiração na realidade física e social, reflexo disso é a pintura de pessoas comuns, actividades quotidianas e da paisagem tal como se apresenta.
Enterro em Ornans, Gustave Courbet
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