Pós-Impressionismo
As tendências do final do século XIX, ditavam um afastamento progressivo da realidade como única inspiração para a pintura.
Com este sentimento na arte, a frase célebre de Alberti que influênciou artistas durante quatro longos séculos, foi posta em causa: "Um quadro é uma janela aberta para o mundo." (Tratado De Pictura, 1435), bem como a o designio de que cada pintura deveria ter explicitamente uma narrativa.
Em 1890, Maurice Denis contribui com a seguinte ideia: " Antes de ser um cavalo, uma mulher nua ou qualquer outra coisa, um quadro é uma superficie plana coberta de cores dispostas numa determinada ordem". Rompendo assim, com os valores artisticos que prevaleceram durantes séculos na cultura artistica, a cor e a composição destacaram-se da temática.
Além disso, a descoberta do "Eu" também contribuiu para uma mudança de paradigma na pintura.
O Impressionismo foi alvo de algumas criticas de Van Gogh e Gaugin, apontavam que os impressionistas não contemplavam as emoções e os sentimentos no acto de pintar. Gauguin vai ainda mais longe e critica a falta de simplicidade e espontaneadade.
Cézanne também censurava que a razão e a inteligência não eram tidas em conta na hora de interpretar a natureza na tela.
A critica destes artististas numa ansia de procurar uma arte capaz de intrepretar as necessidades do Homem do século XX, deixaram um legado para os movimentos que iriam surgirar daí por diante, assim sendo, Van Gogh inspirou os expressionistas, Cézanne os Cubistas e Gauguin os pintores que procuravam a simplicidade da arte primitiva.
Van Gogh
Vicent Van Gogh (1853-1890), nasceu em Grout Zundert, Holanda.
Era filho de um pastor protestante, atrevessou uma juventude depressiva e inquitante que não permitia uma fácil integração social. Factor que o fez dedicar-se a estudos teológicos e à envagelização das classes mais pobres e fragilizadas.
Com 27 no ano de 1880 dedicou-se à pintura onde combatia a sua profunda angustia e solidão, passando pela academia de Antuérpia.
A obra de Van Gogh teve influências no seu percurso religioso nas temáticas realistas, quando denunciava a condição humilde sofrida dos camponeses.
Esteve em Paris em 1886, onde conheceu Degas, Gauguin e Seurat, debatendo ideias e defendendo que a pintura deveria traduzir tensões, energias e emoções do foro emocional e interno do artista e que a cor, deveria ser aplicada com toda a força vibrante como sendo um vinculo ao interior do artista.
Em 1888, foi para Arles procurando condições para expressar a sua arte e explorar as pontencialidades da cor.
Van Gogh sobre o seu quadro "Café de Noite" escreveu numa carta a seu irmão Theo: "No meu quadro Café da noite" tentei exprimir a ideia de que o café é um lugar onde todos se podem perder, tornar-se loucos, cometer crimes. Enfim, quis manifestar, por assim dizer, os poderes da obscuridade num local público de baixa categoria, através de um verde Luis XV e do toldo em contraste com verde-amarelo e o aspecto verde-azul, numa atmosfera como o inferno do diabo, de azul pálido."
O seu estado depressivo foi agravando ao longo da vida, e nos ultimos dois anos de vida teve um agravamento do estado de saúde com muitas crises psíquicas e de desespero que o levaram a muitos internamentos em hospícios. Contudo, com este estado de demência Van Gogh teve um periodo intenso de criatividade, um periodo riquissímo para o artista.
Em 1890, foi viver para Auvers e um ano após suicidou-se depois de vários episódios de crises de loucura.
Auto-retrato, 1887
Esplanada de Café à noite, Praça do Forum, Arles, 1888
Estrada com cipreste sob céu estrelado, 1890
Quarto de Van Gogh em Arles, 1888
A ponte de Langlois em Arles, 1888
Seara de trigo com ciprestes, 1889
Os girassóis
Fontes:
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