top of page
Foto do escritorCarla Machado

Urbanismo entre as duas grandes guerras

No final do século XIX e sensivelmente até à guerra de 1914-1918, as cidades foram alvo de grandes transformações urbanas, económicas e sociais.

O inicio do século XX começaram os primeiros passos da autonomia do urbanismo enquanto disciplina autonoma que estuda de um modo transversal as transformações industriais, ao crescimento demográfico, às utopias sociais, aos problemas de higiene e salubridade.

O urbanismo ganha assim automonia face à arquitectura embora perpectuando estreitas relações, contudo a faculdade de Belas Artes não fazia diferenciação.

A busca de novas soluções de espaço devido a problemas urbanos e socioeconómicos, o inicio do século XX foi um periodo de fulgor criativo e reflexivo, surgiram tratados, investigações, as primeiras revistas sobre urbanismo, o aparecimento dos primeiros corpos legais que regulamentam a gestão das cidades. O que proporcionou a obrigação de usar planos segundo a regulamentação dada a forte actividade na construção de edifícios.



Avenida da Liberdade, Lisboa, [1953-1958]


A Europa estava a passar pelas reconstruções das devastações das guerras de 1870 e 1914-18. 

A América estava a viver um crescimento demográfico acentuado, a África e a Ásia a viver a colonização europeia.

Foram os arquitectos que privilegiavam a urbanistica formal que levaram em frente o urbanismo europeu da primeira metade do século XX até à segunda grande guerra.

A Escola Francesa marcou a urbanistica formal através do ensino do urbanismo e exportando urbanistas pelo mundo originando os principais planos de cidades mundiais.

Os paradigmas do urbanismo francês tem neste periodo o seu apogeu na Europa, nas colónias e nos outros pontos do mundo como Marrocos e em Saigão.

A Inglaterra terá importância também através da colonização no ordenamento de Nova Deli, segundo o plano de Sir Edwin Lutyeus em 1912, num traçado enorme preservando o casco antigo da cidade.

Nova Deli contempla grandes eixos e edifícios monumentais, tais como o Palácio do Governador, os Ministérios e o centro na Conaught Place, com a sua rotunda numa interpretação dos circus de Bath.

Outros exemplos são Hong-Kong, Cabul, Heliópolis, etc.

Em Portugal o urbanismo terá forte influência Alemã e Italiana devido à proximidade de regimes e também com França devido à estadia de urbanistas franceses em Portugal, como Forestier, Agache e De Groer.

Agache deixará marca no urbanismo da Costa do Sol com propostas de grande qualidade, como a sistematização do Parque do Estoril.

De Groer trabalhou muito tempo em Portugal, nos planos de Lisboa, Almada e Costa do Sol, Coimbra, Évora e Vila Franca de Xira, entre outros.

Em Lisboa nos anos 40 e 50 são construídos os bairros de Alvalade e Areeiro exemplos marcantes do urbanismo português, planeados por Faria da Costa.

As cidades coloniais, Lourenço Marques, Luanda ou Macau, também reflectiram os ideais do urbanismo europeu.

Foi neste periodo que se deram as primeiras e importantes legislações urbanisticas por toda a Europa impondo a realização obrigatória de planos que definiram regras higienistas, de salubridade, equipamentos e serviços. Estas legislações têm grande impacto até à segunda grande guerra.

Também a publicação de escritos sobre desenho urbano como "A arte de construir as cidades de Camillo Sitte, a "Prática do planeamento de Unwin", tratados de grande influência na primeira metade do século XX.


Lourenço Marques


Liceu Salazar, Lourenço Marques


Luanda



Macau


Fontes:


0 visualização0 comentário

Comments


bottom of page