A organização social e política da Grécia foi o motor de desenvolvimento do espaço urbano, as primeiras concepções de cidade surgiram com esta civilização.
O povo grego tinha consciência da diferenciação entre espaço público e espaço privado, de tal modo que a evolução da cidades foram baseadas em regulamentação rigorosa.
A concentração de proprietários orgazinavam a estrutura urbana, o que lhes conferia deste modo a consolidação de um poder, denominado "o poder dos proprietários", poder esse cobiçado pelas mais variadas camadas sociais da época, sendo derrotado pelo "poder dos tiranos" alegadamente mais próximo e protector do povo.
A idade de ouro surge no século de Péricles que promoveu e evolução do sistema social e político e da implementação da democracia.
Este progresso alavancou a organização funcional das cidades começando pela repartição da malha urbana por zonas de actividades e pelo posicionamento diferenciado dos edifícios públicos.
A religião e o poder democrático estavam relacionados com os espaços públicos de mais significado no tecido urbano, eram implantados de forma orgânica e assimétrica interligados por espaços. Estes equipamentos são devidamente cuidados e organizados para serem dignos de receber funções públicas.
Outro elemento importante é o "Ágora", envolvido pelo mercado e pelo teatro.
A grande preocupação com edifícação pública não se reflectia na edifícação habitacional, estes eram edifícios modestos sem grande tratamento. Apesar disso, estes edifícios estavam estavam implantados de forma ordenada e uniforme com traçados regulares.
Os edifícios habitacionais eram alvo de uma regulamentação especifica condicionando o tecido residencial a uma grande simplicidade.
O acto de regulamentar o espaço urbano reflectia um pensamento progressista no que toca à evolução das cidades. Um grande acto vanguardista que legitimou e condicionou o modo habitar as cidades de todo o mundo.
O exemplo de Esparta ao nivel da regulamentação urbana mostra efectivamente a diferença entre os espaços públicos e residenciais, era impedida a colocação de ornamento nas portas da residências.
O centro da cidade é o espaço mais relevante, que se forma apartir do santuário. Em volta do santuário situa-se o "Ágora" com funções administrativas e judiciais.
Os templos eram edifícios para serem contemplados, como tal teriam de ter grande evidência no espaço urbano, eram criados percusos que permitiam vários pontos de visualização. O acesso ao Parténon é exemplo da evidência dada aos monumentos.
No caso de Mileto foi utilizada a "Quadricula Grega" desenhada pelo arquitecto Hippodamus de Mileto, como meio de organização para o tecido residencial. A implantação desta quadricula em terreno geograficamente acidentado originou diversos terraços e plataformas que sustentam a base dos edifícios.
Em Pérgamo são introduzidos efeitos cénicos ao desenho urbano e alteração no funcionalismo da cidade, o "Ágora" abandona a função de espaço público e político tornando-se espaço simbólico. O Palácio será deste modo o lugar do poder.
Fontes:
Morfologia urbana da cidade, LAMAS, José
Kommentare