O Barroco é a arte da festa, do luxo e do poder, não se pode desenvolver num país em crise.
Neste período a Europa encontra-se em transição de sistema político, surge o absolutismo, cujo poder
está centralizado na figura do Rei.
Em 1600, Portugal estava sobre o domínio espanhol e como tal, a expansão do Barroco estava comprometida. Mas a par disto, foram descobertas as minas de ouro e diamantes no Brasil, Portugal sai assim da crise em que estava mergulhado e transforma-se novamente num dos países mais ricos da Europa. Neste ambiente o Barroco teve hipótese de florescer, pois trata-se de uma arte cara representativa do poder da Igreja e do absolutismo.
O objectivo maior do Barroco era persuadir as pessoas na aceitação da igreja, através da emoção na contemplação dos templos.
O Barroco utiliza o dinamismo das formas arquitectónicas para emocionar as pessoas, numa nova vivência espacial.
Aos edifícios cuja arquitectura é estática, e de estilos anteriores introduziram elementos decorativos, para dar
dinamismo. O Barroco utiliza novas arquitectónicas no contexto Europeu, não existe nenhum estilo anterior que influenciasse o Barroco, enquanto estilo opta pela destruição da geometria tradicional. As formas barrocas são concebidas com extremo rigor e objectividade, mas não têm uma leitura imediata. Quanto mais tradicional o edifício for, maior ênfase do decorativismo, utilizando truques assentes na luz e na cor. Os arquitectos barrocos era inovadores e tradicionalistas, aplicavam excesso de movimento e muito dinamismo. Em Portugal D.João V quis aproximar o país àquilo que se fazia lá fora, e como tal trouxe os artistas italianos: - Ludovice, Nazoni, Canevari e Juvara, para consolidarem o Barroco como estilo em Portugal. O Barroco encontra-se dividido em três grupos: - Barroco decorativo, Barroco cénico e Barroco arquitectónico.
Barroco decorativo O Barroco utiliza o esquema geométrico e planimétrico tradicionais, paredes rectas, plantas ortogonais, acrescentando elementos decorativos para alterar o espaço, transformando uma parede recta estática em dinâmica. O Barroco decorativo teve nos edifícios construídos a oportunidade de proliferar. Como veículos, utilizou a talha dourada, o azulejo e a pintura, que se misturavam no edifício. Sendo que, a pintura destinava-se aos tectos e o azulejo às paredes. O papel do azulejo neste estilo prendia-se com necessidade de aumentar o espaço, criando uma falsa arquitectura.
Igreja da Misericórdia de Arraiolos
Barroco Cénico
O Barroco cénico cria cenários arquitectónicos no exterior dos edifícios. Com a colocação de elementos verticais para aumentar a monumentalidade do edifício.
A decoração exterior, acrescenta elementos arquitectónicos na fachada, como andares falsos e torres sineiras.
Transformando a fachada num cenário teatral.
Sé Catedral de Portalegre
Barroco Arquitectónico
O Barroco arquitectónico é a variante do estilo mas erudita e experimental, o arquitecto procurou usar a forma do edifício para conceber o barroco.
A concepção arquitectónica do Barroco, utiliza as volumetrias e tem na parede curva o seu elemento caracterizador. Como tal, os edifícios tornaram-se mais dinâmicos.
Genericamente, em termos de desenho a planta octogonal era a referência de organização espacial.
Os nomes mais sonantes da arquitectura portuguesa deste período, eram Tinoco da Silva e M.Couto da variante mais tradicionalista, e João Antunes, Costa Negreiros, Rodrigo Franco e Custódio Vieira, de uma facção mais inovadora.
Igreja de Santa Engrácia
A Igreja de Santa Engrácia tem uma planta fortemente articulada, centralizada e muito complexa.
As paredes caracterizam-se por ser ondulantes e jogam também com a parede recta, para tornarem o edifício monumental, afastando-se do convencional.
A decoração neste edifício é discreta, o Barroco aqui estava preocupado em resolver as questões da forma, em que esta é o elemento dinamizador do edifício e não a intrusão de decoração.
Igreja dos Congregados em Estremoz
Igreja do Bom Jesus da Cruz em Barcelos
Igreja do Senhor da pedra em Óbidos
O papel dos Santuários
Os santuários desenvolvem sempre um novo aglomerado urbano, pois a interacção do objecto arquitectónico e urbano é fundamental.
Todo o núcleo urbano nasce a partir do santuário, e na envolvente directa nascem as hospedarias, onde eram utilizadas as galilés para duplicar o espaço.
Arquitectura Civil
Existe uma grande mudança da arquitectura Chã para a Barroca.
O Barroco é caracterizado por ser uma época de grande fulgor construtivo, e os edifícios tinham necessariamente de se adaptar à "festa", ou seja, à excentricidade característica da sociedade barroca.
Os edifícios passaram a ter mais pisos, aumentando a sua dimensão, a entrada nobre era realçada como foco de entrada na cena teatral.
O azulejo vai ganhar grande notoriedade, é daqui que saem os silhares de azulejo mais deslumbrantes da história portuguesa, muitos replicados insensatamente até aos dias de hoje.
As obras reais portuguesas tinham repercussões internacionais, a imagem de Portugal devido ao seu poder económico nesta época eram muito enaltecida, facto que ditou o sucesso dos nossos edifícios.
Palácio Nacional de Mafra - Ícone do Barroco
É o grande monumento do período Barroco em Portugal.
Iniciado em 1717, por D. João V.
É uma obra emblemática que mostra o poder do Rei, tem uma arquitectura de grande qualidade, apesar de ultrapassada temporalmente.
Em 1910, foi considerado monumento nacional.
Fontes:
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