Processo de transição da habitação Românica para a Gótica.
Castelo do Sabugal: Torre de Habitação
- O edifício não tem aberturas para o exterior;
- O interior é dividido em vários andares;
- A torre permanece solidamente defendida, apenas com uma pequena porta para o interior;
- Existem quatro varandas mata-cães, nas quatro faces, que dificultavam o acesso ao interior;
- No interior existem:
- Uma grande praça no interior do castelo, chamada praça de armas, onde praticavam exercícios e onde se reuniam;
- Paredes muito espessas com cerca de 10m de altura. E o túnel de entrada tem cerca de 1,5m;
- O castelo era a casa do Senhor mas tinha outras compartimentações como a habitação dos criados e soldados. Neste caso só serviu de habitação para o Senhor, não contendo povoação no seu interior.
Castelo de Arraiolos (perto de Montemor)
- O Castelo de Arraiolos tem a planta redonda, edifício de habitação nobre;
- A zona de habitação do senhor começou por ser numa torre a que se foi agregando outras, transformando-se num paço;
- A porta de entrada principal é bem defendida, e localiza-se no lado oposto à casa do senhor;
- A igreja que existe no interior prova que existiu aglomerado habitacional;
- A torre deixa de ter carácter militar, e com a abertura de vãos passou a ser espaço de habitação;
- A partir da torre construíram-se corpos horizontais que triplicam
a área das torres: assim nascem os primeiros paços;
- A habitação passa deste modo a ter mais qualidade, mais espaço, mais luz e mais conforto. As primeiras situações que não são exclusivamente militares surgiram a partir do séc. XII.
Paço de Ourém (final do séc. XIV)
- O edifício começou a ser construído no final do séc. XIV;
- Começou a ser erguido a partir de uma torre militar onde se foram realizando aberturas de modo a obter mais luz. Pretendeu-se ganhar espaço, qualidade de vida e luz. Existem grandes preocupações com a comodidade nestas alterações posteriores;
- O corpo horizontal estende-se para além da torre aumentando a sua área;
- Existia um túnel que ligava o edifício à torre militar, de modo a servir de zona defensiva;
- As duas torres estavam ligadas entre si por grande corpo horizontal;
- No Interior:
- A divisão dos andares é feita madeira, e é raro haver um sistema de abóbada.
Paço de Leiria
- Este paço real, pertencia ao Rei;
- O edifício sofreu muitas alterações até hoje. Só existem dois ou três compartimentos originais;
- No interior:
- Existe uma grande sala com varanda, com muita luz, aberturas e requintes.
- A mudança surge depois de terem vivido em edifícios fechados e de cariz militar, finalmente a preocupação de entender a habitação como local agradável;
- Deste modo, começavam a surgir os vãos de maior dimensão, para usufruírem da vista sobre a cidade.
Casa em Caminha, “casa dos Coímbras” (séc. XV)
- Foi um dos primeiros paços a ser construído de raiz e fora da zona do aglomerado urbano. Nesta época a nobreza começava a sair dos seus castelos e inicia a construção de paços dentro da cidade. Prática que começou a generalizar-se em toda a Europa a partir do final do séc. XV;
- O edifício tem um corpo rectangular, inserido no perímetro urbano;
- Foi um edifício muito alterado embora se tenham mantido alguns aspectos;
- Como valor simbólico, as casa nobres mantiveram a imagem militar, este aspecto é marcado na casa, mesmo depois das épocas mais conflituosas, é sinal de poder militar e defensivo.
Paço de Guimarães (nos anos 30, 40 do séc. XX- sofreu alterações)
- Edifício construído de raiz, embora tenha torres que imitavam as militares, apenas como aspecto simbólico e não defensivo;
- O paço de Guimarães pertencia aos Duques de Bragança, a família nobre mais importante da época;
- Trata-se de um dos maiores paços em Portugal;
- O edifício tem três andares, com muitas salas com grande comodidade;
- Torna-se um centro cultural, com musica;
- O pátio inferior, é uma espécie de claustro: esta ideia vem desde a “domus”, a casa romana. O pátio funciona como uma zona lúdica do edifício, pois tem uma grande relação com o exterior, o sol e a natureza. Que proporciona a sensação de que o exterior está no interior do edifício;
- O segundo andar do claustro terá sido alterado com aspectos que tornassem o edifício mais vertical;
- A cobertura é demasiado vertical para ser de traça original, pressupõem-se que foi modificada ao longo dos tempos.
Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Arraiolos1.jpg
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