A arquitectura chã é um estilo arquitectónico exclusivamente português e de influência clássica , atravessando o período compreendido entre 1550 e o final do século XVII.
Internacionalmente a arquitectura chã era classificada como um mau renascimento quase barroco, com a chegada de kubler isto subverteu-se, este chegou à conclusão, que a arquitectura portuguesa era diferente de toda a arquitectura.
Kubler denominou-a de plain architecture, que significa que é uma arquitectura sóbria, depurada e pobre.
Neste período vivia-se a contra-reforma da igreja católica com o Concílio de Trento que tem um papel determinante em Portugal, pois foi dos primeiros países a aderir, porque era um país extremamente católico, isto levou à constituição de uma nova ordem católica, os Jesuítas.
Desde o século XVI ao século XVII a crise foi de tal maneira profunda que Portugal perdeu a independência para a Espanha, esta crise coincide com as datas da arquitectura chã, bem como a problemática das cortes de aldeia, que fez com que Portugal não estivesse culturalmente ligado a Espanha, não existindo contribuição arquitectónica espanhola.
Desta forma, o país estava estagnado, e com as fronteiras fechadas ao mundo. Verifica-se assim que a arquitectura chã só existe de facto, devido à crise.
Como já foi mencionado uma nova ordem religiosa foi constituída, e para se ser Jesuíta era necessário ter um
perfil guiado pela cultura, pela seriedade e honestidade. Com estas exigências os jesuítas formam uma elite
intelectual, para que a imagem da igreja muda-se e fosse irrepreensível.
A ideia fundamental de arquitectura para os jesuítas, era que esta deveria se adaptar a função de cada edifício. Neste período, a arquitectura começou a ganhar mais notoriedade, criou-se a primeira escola de arquitectura em Portugal pela mão de Terzi, onde funcionou dentro de uma instituição intitulada, a Casa das Obras.
Os aprendizes da aula da ribeira tinham de ter uma ligação familiar com a arquitectura. Após a aprendizagem desempenham um dos cinco cargos mais importantes na arquitectura: arquitecto real, arquitecto das ordens militares, arquitecto das obras das casas do infantado, arquitecto das casas das rainhas, arquitecto das obras do mosteiro da Batalha. Sendo que, a arquitectura produzida nesta altura era de uma índole tradicionalista com pouca evolução devido à crise.
A influência clássica na arquitectura chã está assente na geometria e proporção clássica e e na utilização de algumas formas clássicas, como o caso do frontão cuja reprodução nos edifícios é uma imagem de marca desta arquitectura.
Os edifícios pertencentes a este período tem presente na sua concepção a ortogonalidade como matriz, eliminando a circunferência das plantas, as paredes cruzam-se sempre em ângulo recto. Não há paredes curvas e a parede é sempre recta para manter a geometria. Além disso, a parede é plana, e todos os elementos arquitectónicos estão integrados na parede da fachada, não há paredes salientes e reentrantes.
É uma arquitectura de formas puras, em que o cubo e o paralelepípedo são os volumes predominantes. Formas estas, de aspecto estático. Além disso, é uma arquitectura horizontal, de carácter maciço, compacto e sólido.
A forma pura eo funcionalismo da arquitectura chã não permite a utilização de decoração, reduzindo o edifício ao essencial, tirando tudo o que é supérfluo.
A arquitectura religiosa tem duas tipologias, a tipologia Jesuíta oriunda da contra-reforma, constituida por uma nave e sem transepto, e outra, a igreja salão da herança manuelina com três naves à mesma altura sem muros separadores. Sendo que, a última tipologia mencionada foi alterada pelos arquitectos deste período, centralizando a planta tornando-a mais compacta.
Sé de Leiria
Igreja de Alcaçovas
Igreja da Conceição em Vila Viçosa
Igreja de Santa Maria em Estremoz
Igreja de São Simão
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